segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cingapura 2010 – ¿Qué hay de malo Sancho Pança?

Cingapura, com C ou com S pouca diferença faz para a Língua Portuguesa, diferença quem fez mesmo foram os pilotos na pista. A etapa asiática mostrou que o campeonato deste ano vem sendo um dos mais animados e disputados das últimas décadas, assim como vem sendo desde o ano de 2005. Curiosamente desde a época em que o alemão Michael Schumacher já vinha pensando em aposentar-se.


    A etapa foi vencida com relativa facilidade pelo Espanhol Fernando Alonso, nosso Dom Quixote. Desta vez seu fiel escudeiro Felipe Massa ou seguindo o apelido literário, Sancho Pança pouco pode fazer. A única diferença dos dois para a história de Cervantes vem do fato de ambos os pilotos estarem montados a galope em lindos cavalos negros estampados em um carro vermelho. Na história original Sancho Pança monta seu ilustre jumento. Será mesmo que neste ano a história é diferente? Felipe é um piloto de talento. Desde os tempos em que corria nas divisões de acesso à F1 na Itália era tido como um piloto acima da média. Na categoria máxima do esporte a motor teve lá seus problemas com o metódico Peter Sauber em 2002 e acabou “adotado” pela Ferrari. 


Em 2008 parecia que o caneco seria seu, pois é, até pouco mais de 300 metros da bandeirada do GP do Brasil. Quis o destino que seu nome não estivesse como campeão nos anais do esporte mais elitista do planeta. No ano seguinte a Ferrari não apresentou um carro competitivo, e o que já estava difícil tomou ares de drama quando a maldita mola que se soltou da Brawn do Barrica acertou em cheio ao capacete do Massa, quase que vitimando nosso ídolo. A recuperação surpreendeu a todos e confesso não ter temido pela concorrência do Alonso para este ano, pois sempre coloquei muita fé na bota do Massinha.

Porém este ano vem sendo realmente difícil para nosso arrojado piloto, que vem frequentemente sendo vencido com certa facilidade até pelo espanhol. Alonso que por algumas vezes enfrentou um Massa duro e combativo antes de integrar a equipe Ferrari. Como se esquecer da Espanha 2007 em que Massa colocou o espanhol para dançar flamenco na brita com sua McLaren? Alonso abusou da combatividade frente a um Felipe Massa meio que sonolento, aceitando com passividade as manobras de sua equipe, lembrando a humilhação da prova na Alemanha, que seria do piloto tupiniquim. Em Monza até que o brasileiro esboçou um ataque na largada, porém o espanhol não aliviou e Massa nada fez nos metros seguintes e pelos quilômetros restantes que fizesse frente ao espanhol voador. Na etapa de Cingapura cheguei a pensar que Massa daria o chamado pulo do gato ao parar antes de todos quando a sorte lhe lançou um providencial safety-car alguns minutos depois, porém o brasileiro estava um tanto quanto apático na corrida. 


Desculpem-me os fãs mais fiéis do Massinha ou aos analistas mais apegados aos números da prova, mas Felipe Massa com o carro que tem em mãos deveria ter feito mais, tem talento de sobra para isso. Não consigo aceitar que Alonso possa dar uma surra destas nele durante o ano todo e nosso piloto apenas interagindo sem ações concretas frente a esta situação. Devo confessar que espero mais do Massa, na verdade muito mais. Penso se caso o acidente da Hungria não afetou decisivamente sua capacidade de pilotar em níveis altíssimos de competição. Talvez a seqüência de eventos negativos nesta temporada o desanimou para as últimas etapas. Fofocas de bastidores que sempre colocam em jogo seu lugar na equipe também podem ter colaborado. É fato apenas que Alonso venceu quatro corridas e o Massa nenhuma. É fato também que Alonso é o desafiante mais direto ao título do Mark Webber, que ontem fez uma boa corrida, não foi tão ogro como normalmente costuma ser, mas que mandou o Robinho e sua Mclaren mais cedo para o chuveiro, a isso mandou. 


Por falar no Hamilton (Robinho), depois que o Ron Dennis (Poderoso Chefão) começou a frequentar os boxes da equipe em Monza, ele tem se atrapalhado mais do que de costume. Será que sua voz de Darth Vader assusta ao destemido inglês a bordo da flecha cromada? É, pois é, flecha cromada né, de prata faz muito tempo que deixou de ser. Seu amiguinho Botão fez uma corrida à lá Button e fechou no quarto lugar. Vettel segurou a chupeta e o ímpeto para não errar e continuar firme na disputa do certame. Se bem que nas voltas finais fiquei com receio dele se animar muito e fazer alguma besteira para cima do Alonso, mas se conteve e marcou os pontos do segundo lugar.


Outros dois importantes destaques foram Nico Rosberg da Mercedes e Rubens Barrichello da Williams, respectivamente com a quinta e sexta colocações. Decepção mesmo foi o Miguel Schumacher, isso mesmo, se traduzirmos Michael para o português é literalmente Miguelito! Miguel até que foi bem, do portão do autódromo até o carro, depois não fez nada durante todo o final de semana. Até quando ele irá insistir nesta volta estúpida? Está manchando uma carreira de sete títulos mundiais para ficar se pegando com a galera do segundo ou até terceiro pelotão. 


Engraçado que ele insiste no papo do carro sensacional para o ano que vem... Sei... Por que o Rosberguinho já anda bem no deste ano? Hulkemberg era literalmente um incrível Hulk na pista, abrindo passagem e trazendo o Massa engatado na rabeira. Destaque também para o Kubica e sua Renault linda, bem, eu acho este carro amarelão bonito, tem gosto pra tudo.
    Daqui a pouco mais de duas semanas estarei de volta, desta vez contando o que vi em tempo real na pista de Suzuka!

Daniel Gimenes

Fotos by ©Sutton, ©Getty Imagens

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